A partir de agora você pode acompanhar por aqui a câmera da estação espacial internacional mais conhecida como ISS.
A história da Estação Espacial Internacional é cheia de contratempos.
Planejada inicialmente pela NASA para constituir a “Estação Espacial
Freedom” com apoio do presidente Reagan, não teve continuidade pois ela
mostrou-se demasiada dispendiosa. Após o fim da Guerra Fria, o projeto
da NASA foi retomado como um projeto conjunto entre a NASA e a
Rosaviakosmos russa. Desde então o projeto original elaborado pela NASA
foi ampliado. Em 2003, a Estação não era ainda capaz de acomodar uma
tripulação de sete como tinha sido previsto. No entanto, em julho de
2004, com um orçamento severamente limitado, a NASA aceitou completar a
Estação no nível que pudesse comportar uma tripulação de 4 membros e uma
seção adicional para lançamentos como módulo experimental japonês. A
NASA continuou a construção enquanto a Rússia continuou a lançar e
recolher as tripulações.
ISS CÂMERA - ESTAÇÃO ESPACIAL INTERNACIONAL
Objetivos da Estação.
Há muitos críticos da NASA que vêem o projeto como um
desperdício de tempo e de dinheiro, inibindo o desenvolvimento de
projetos mais úteis. Assim, por exemplo, os custo estimados do 100
bilhões de dólares podiam pagar algumas dúzias de missões científicas
não-tripuladas. Há muitos críticos da exploração do espaço que discutem
que os 100 bilhões de dólares poderiam ser mais bem empregados
solucionando problemas sociais em nosso planeta.
Exploração espacial
Os defensores da exploração espacial argumentam que tais
críticas revelam uma visão limitada, para não dizer decepcionante, com
relação ao futuro da humanidade no cosmos. Além dos enormes benefícios à
humanidade, a investigação e exploração espacial tripulada já
produziram bilhões de dólares. Algumas projeções apontam para um
benefício econômico indireto, materializado através da comercialização
das tecnologias desenvolvidas, durante a exploração espacial tripulada,
de modo que o capital que retornou a economia pode ser estimado em sete
vezes superior ao investimento inicial (algumas projeções mais
conservadoras estimam este valor em três vezes o investimento inicial).
Isolada do restante programa espacial, apesar da polêmica que vem
gerando, a Estação será um dos principais contribuintes ao futuro da
economia mundial, como foi e têm sido, por exemplo, os satélites
artificiais, nas telecomunicações.
Além de receber o primeiro turista do espaço, Dennis
Tito, que gastou 20 milhões de dólares para voar a bordo de uma missão
russa de reabastecimento, a Estação assistiu ao primeiro casamento no
espaço quando Yuri Malenchenko na Estação se casou Ekaterina Dmitriev
que se encontrava no Texas.
Estado atual da Estação.
Após o acidente do Space Shuttle Columbia em 11 de fevereiro
de 2003, e interrupções dos vôos com estas espaçonaves, ainda permanece
uma certa dúvida com relação ao futuro da Estação. Sua construção está
praticamente suspensa tendo em vista que os módulos principais em
virtude da sua massa que não podem ser colocadas no espaço com o auxílio
das naves atualmente em serviço. Por exemplo, o Columbus - módulo do
laboratório da Agência Espacial Européia --, apesar de concluído, não
pode ser lançado em órbita.
No entanto, as trocas da tripulação estão sendo
realizadas pelas espaçonaves Soyuz. A primeira delas, Soyuz TMA-2,
transportou dois astronautas, no lugar das tradicionais equipes de três
astronautas.
Entretanto, como a Soyuz não possui a mesma capacidade
no depósito de cargas do space shuttle, a ausência do seu serviço de
manutenção, por um período prolongado, está provocando o acúmulo de uma
enorme quantidade de lixo o que começou a prejudicar as atividades na
Estação.
Com os space shuttles impedidos de voar, surgiu o
interesse em saber se o lançador Energia ou a espaçonave recuperável
russa Buran1 não poderiam ser reativados, ou melhor,
recolocados em serviço para substituírem os space shuttles
norte-americanos? No entanto, esta questão é tão romântica como os
sonhos de que o Saturno V – lançador que levou os astronautas à Lua –
poderia voltar a voar de novo uma vez mais. Na realidade, a situação é
que todo o equipamento desenvolvido para o foguete Energia e a
lançadeira espacial Buran, inclusive os próprios veículos eles mesmos,
foram desmantelados (parece que peças importantes e valiosas foram
retiradas para fins desconhecidos) e desprezados desde a queda e colapso
da União Soviética.
Em 27 de fevereiro de 2004, os astronautas Michael
Foale e Alexander Kalery realizaram a primeira caminhada no espaço que
envolveu toda a tribulação da Estação. (Soyuz 26 foi a primeira a
envolver toda a tripulação de uma espaçonave). Os objetivos dos
spacewalk - a instalação do equipamento exterior -, foram realizados
antes que um dos tubos no termo especial de Kalery causasse um mau
funcionamento na sua refrigeração e forçasse a sua conclusão precoce.
A possibilidade de colisões com detritos espaciais com
velocidades extremamente elevadas, foi considerada uma ameaça de longo
prazo à Estação Espacial Internacional. Uma solução proposta pela NASA e
outros consistia na concepção de uma vassoura a laser. No entanto,
permaneceu a preocupação que uma proposta deste tipo contrapõem-se aos
tratados existentes que proíbem arma a laser no espaço.
A Estação Espacial Internacional é a segunda espaçonave
mais visitada na história da exploração espacial. Em 15 de abril de
2005 já havia recebido 133 visitantes. Durante a sua permanência no
espaço a estação orbital Mir recebeu 137. Quase 1/4 dos astronautas que
já haviam visitado o espaço estiveram na Estação.
1 Buran (do russo Бура́н, que significa nevasca ) é o
nome da primeira nave espacial reutilizável construída durante o
programa espacial da União Soviética. A construção da espaçonave foi uma
resposta ao projeto Space Shuttle da agência espacial dos EUA, que
concebeu os veículos espaciais reutilizáveis. Para a URSS, o projeto
estadunidense tinha a finalidade de portar armas nucleares. Apesar do
ceticismo em relação à concepção do veículo reutilizável pela indústria
aeroespacial, o governo soviético autorizou a sua construção em 1976, só
iniciada em 1980. Em julho de 1983, o primeiro teste foi realizado num
vôo suborbital. Nos anos seguintes, outros cinco vôos foram efetuados
com o modelo em escala do Buran. Em 1984, os primeiros testes
aerodinâmicos foram realizados, sendo o último teste aerodinâmico
ocorrido em abril de 1988, totalizando 24 vôos de testes.Em 15 de
novembro de 1988, o Buran foi ao espaço pela primeira vez, impulsionado
pelo poderoso foguete Energia, do Cosmódromo de Baikonur, no
Cazaquistão. O vôo foi totalmente automático e sem cosmonauta, guiado
por controle remoto e pelo sistema de computadores. Como o sistema de
sustentação não havia ainda sido testado, os engenheiros optaram por um
vôo sem tripulação. A missão durou uma hora e meia, durante o qual duas
órbitas foram completadas ao redor da Terra a altura de 256 km da
superfície terrestre. Em virtude da limitada capacidade da memória dos
computadores do Buran, os engenheiros foram obrigados a programar o
veículo espacial a realizar somente duas voltas em torno da Terra. Seu
software estava programado para controlar o lançamento, as atividades em
órbita e o pouso. Apesar deste primeiro vôo não ter sido tripulado, o
desempenho do ônibus causou grande euforia aos engenheiros do programa
espacial soviético. Somente cinco das 38 mil placas protetoras
antitérmicas que protegiam o Buran se desprenderam do veículo. Apesar do
sucesso, o financiamento para o projeto do Buran foi cancelado
oficialmente em 30 de junho de 1993 pelo presidente russo Boris
Yeltsin, se bem que a construção dos veículos tenha sido paralisada
muito tempo antes dessa data, quando outros dois ônibus estavam em
construção: o Ptichka (pássaro pequeno, em russo) programado para se
concluído em 1990 e um terceiro, programado para ser concluído em 1992.
Em novembro de 1995, os dois veículos foram desmontados.